quarta-feira, 7 de julho de 2010

Looney Tunes

José Sócrates não gosta que lhe torçam o braço e pelos vistos não é o único

Dominique Villepin também não gostou quando a italiana Enel lançou uma Opa sobre a francesa Suez. Luís Zapatero até teve de fazer fisioterapia quando a alemã E-On tentou lançar as garras à Endesa e até o inventor da terceira via (via verde para a libertinagem liberal) ficou cheio de nódoas negras quando a russa Gazprom assediou a Centrica.

Estes senhores, provenientes de áreas políticas tão diversificadas de direita, socialista ou liberal não hesitaram em arruinar o negócio dos seus parceiros europeus.

E o que fez a União Europeia? NADA.

Aqui, o 1º Ministro defende a empresa portuguesa com maior penetração internacional e então, já está a interferir no mercado livre de capitais que alimenta a gula especulativa.

Realmente somos um país muito pequenino e sem qualquer relevância no galinheiro europeu.

E o Coelho Sapiens aplaude com esta tirada de mestre “vamos acabar com o Estado Providência”, ou seja deixemos a regulação para os mercados e viva a anarquia.

O interesse nacional na utilização da golden share é semelhante ao interesse nacional quando Manuela Ferreira Leite obrigou a PT a comprar a rede fixa (que era do Estado) e assim realizar uma operação cosmética por forma a antecipar receitas extraordinárias que pudessem equilibrar o orçamento. Claro, no governo PSD, mesmo sem crise financeira internacional, as contas públicas também sofriam de síndrome vertiginoso.

E a visita de Aznar a Portugal dias antes da Telefónica aumentar o valor da oferta pela Vivo, não foi uma visita turística. É que Aznar, enquanto 1º ministro, nomeou Cesar Alierta em 2006 como presidente da Telefónica e, esta visita relâmpago para conversar com Cavaco Silva tem contornos tão evidentes como promíscuos. Aliás, política, jobs e promiscuidade andam sempre de braço dado. Por isso, o Coelho Sapiens anda tão excitado com esta marmelada toda, é que a alternância do poder já tarda … o PSD anda farto de manual jobs, quer um blow job à maneira.


sexta-feira, 2 de julho de 2010

A Nova Economia





Há dois séculos atrás, um escravo custava nos Estados Unidos, cerca de 30 000 euros.

Actualmente, um trabalhador sem documentação nem personalidade jurídica, custa 100 euros no mercado internacional.

Em Portugal, um trabalhador-escravo, custa 500 euros por mês e, mesmo assim, vivemos num défice de competitividade que impede a tão desejada dinamização económica.

Na China, expoente máximo da economia global, um escravo custa pouco mais de uma tijela de arroz, com a agravante de poder levar os filhos para o emprego.

Paralelamente às economias emergentes, emerge também uma nova Idade Média, uma era de desigualdades, uma sociedade sem dignidade e sem esperança … um mundo en que as pessoas parecem mais apavoradas com a sobrevivência do que com a morte.