sábado, 3 de outubro de 2009

O Admirável Mundo Novo


Na minha adolescência, quando li Huxley, Orwell e até Burgess nunca pensei que, trinta e tal anos depois, a ficção seria ultrapassada pela realidade. Um mundo em que tudo era planeado e não havia enamoramento, em que as necessidades inconscientes mas subjacentes ao ser humano eram satisfeitas com uma injecção de paixão violenta.

Mal comparado, hoje é mais ou menos assim …a procura da excitação descartável da discoteca, a falta de regras das raves, a anulação do próprio indivíduo nas festas e orgias, o estado induzido pelas drogas e de uma forma geral, o conceito de “fast food” ou “fast phode”, associado às relações vazias de conteúdo e de afecto.

É como se houvesse uma inversão do binómio sexualidade-amor.

Existe um perigo subjacente às relações que é abandonarmo-nos ao amor, pelo sofrimento que ele pode causar, sobretudo quando a sexualidade é livre e a fidelidade deixou de ser considerada uma virtude e um dever essencial.

A linha ténue que separava ficção e realidade foi completamente derrubada … está prestes a ser testado um fármaco que permita “acender” e “apagar” o amor.

Enfim, o recurso a meios tecnológicos e químicos que possibilitem interferir naquilo que distingue o homem dos animais, só empobrece a humanidade.

O amor é um risco mas quem não o corre, vegeta!



Rammstein e a sua "pussy"


O grupo alemão Rammstein acaba de provocar nova controvérsia. O videoclip do tema ‘Pussy’,a lançar em Outubro, contém cenas de sexo explícito, corpos nus, bondage e sadomasoquismo e está inclusivé disponível em sites de internet especializados em pornografia.

O realizador da "pornochanchada" (não foi Sá Leão, não senhor) notabilizou-se ao serviço dos U2, Metallica e Madonna, e esta "sublime" inspiração de falta de originalidade, ameaça tornar-se o vídeo mais ousado da história da música pop. Com cerca de quatro minutos, começa por mostrar os músicos em vários papéis (playboy, partyboy, executivo... ou seja, tudo bons rapazes!!!) em imagens intercaladas com a banda ao vivo. As cenas hardcore surgem concentradas na última parte. Musicalmente... aquilo é intragável, visualmente... não tem ponta por onde se pegue.

Esta não é a primeira vez que os Rammstein ‘chocam’ com os seus vídeos. Em 2006, o clip ‘Mann Gegen Mann’, rodado também por Akerlund, causou polémica por mostrar corpos nus e foi proibido pela MTV Europe. Em 2004, ‘Mein Teil’, provocou semelhante alarido devido a cenas ousadas (sexo, luta na lama, masoquismo) e, em 1998, choveram acusações de nazismo devido à utilização de imagens da realizadora favorita de Hitler, Leni Riefenstahl.

Pornografia e droga, continuam a ser um mercado em expansão e resistem estoicamente à crise.