sábado, 15 de novembro de 2008

aFREUDite

Apetece-me uma coisa exótica para o jantar … pensei cozinhar umas cambalhotas “au meunier” , envolvidas em cereja encapuçada e, para sobremesa, talvez uns profiteroles em cama de chantilly e chocolate. Mas os tempos são de crise, o linguado está caríssimo e o meu partenaire gastronómico está em Oxford, onde prepara uma tese, subordinada ao tema "comer e phoder até morrer"

Vou jantar ao “aFREUDite”, o único local que me permite extravasar este apetite voraz por metáforas …

O espaço é um regalo para os olhos e a ementa, um regalo para os sentidos.

Entre o prazer do estômago e o acender do desejo existe apenas o passo incontornável do instinto e ter uma receita com os ingredientes certos, não é suficiente, para além disso é necessário um dom.


"O olfacto deve chegar à essência daquilo que se tem entre mãos e a cozinha exige um verdadeiro acto de amor na confecção de cada prato. O gosto pela comida afrodisíaca tem mais a ver com o prazer de fazer amor do que pela comida em si.
Cada prato que sai das minhas mãos leva este instinto implícito, pois fui descobrindo ingredientes e especiarias que ajudam o "instinto" a libertar-se.


O objectivo da comida afrodisíaca é o de inundar os sentidos e cultivar o desejo, sendo que o hedonismo é necessário para tudo, tanto para comer bem como para amar bem. O prazer é maior quando as coisas acontecem no seu devido momento.


Na cama, o desejo chama-se "líbido" e na cozinha, "fome" .A líbido e a fome têm um aliado comum: a imaginação..."


Porquê "FuckyTales"

Há três razões implícitas na escolha do nome. Primeiro , gosto muito de “fucky music” (lol), é um tipo de música que convida à dança, onde o jogo de quadris hipnotiza e a líbido transborda, derramando sedução!

Depois, adoro ler e escrever … é a minha forma de viajar. É fácil, é barato e dá-me milhões de oportunidades de conhecer tudo aquilo que desejo. É verdade que o efeito visual está ausente, mas só naquele sentido restrito que a maioria das pessoas conhece. Gosto de mergulhar de cabeça na imaginação e não fico condicionada à longa espera dos check-in.

A outra razão, tem a ver com a obra de Chaucer “Canterbury Tales”, cujo autor passou a vida a phoder-me o juízo, durante os anos em que frequentei a Faculdade e foi o grande responsável por enormes enxaquecas. Sempre disse que nunca iria consentir que um FDP qualquer interferisse na minha TPM, mas só consegui libertar-me do gajo, voando para outros projectos.

E foi assim, dois amores e um ódio de estimação congeminaram este “berlogue”