sábado, 22 de janeiro de 2011

Enquanto se guia, não se assobia


Provavelmente é uma prática menos comum do que falar ao telemóvel durante a condução mas, quem experimentou, reconhece que se trata de uma situação que envolve sérios riscos: desalinhamento crónico da direcção, traços contínuos desrespeitados, acelerações e travagens bruscas, bloqueio dos cintos de segurança e até risco do fecho central se encravar no bag do condutor

Está planeada, para breve, uma nova revisão do Código da Estrada, na qual o “bóbó viário” deverá ser penalizado com uma coima idêntica à que se pratica para condutores que utilizam o “télélé viário”.

A possibilidade de escapar à coima relativamente ao télélé, é francamente superior, uma vez que há a hipótese de se recorrer ao kit mãos livres. No que concerne à coima aplicada ao bóbó viário, as opiniões divergem uma vez que não há alternativas, sendo que o auricular só irá potenciar o nível de perigosidade.

Está agendada uma mega manifestação em Lisboa, junto à sede da DGV, exigindo a suspensão imediata desta medida, estando previstas todas as formas de luta, inclusivé, um minete de silêncio A fundamentação é subordinada ao slogan “Exigimos o bóbó viário sem multa ...ela é que quis, eu não tive culpa”.

Pois é, a culpa morre solteira mas, avaliando certos condutores bóbó-dependentes, arrisco a afirmar que o slogan mais apropriado seria “Por um bóbó, taco a taco, até voto no Cavaco”.