segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A magia de Escher


Em Portugal, não há política cultural ou é practicamente inexistente se exceptuarmos a Gulbenkian e Serralves. E nos próximos tempos será pior pois o objectivo do governo é alimentar a gula especulativa dos mercados e induzir cuidados paliativos em bancos com morte cerebral devidamente certificada.

Provavelmente passou despercebida a exposição A magia de M.C.Escher patente em Évora, até 23 de Janeiro, o que prova que, além de Lisboa e Porto, o resto é paisagem.

A obra de Escher é uma viagem fascinante ao mundo do paradoxo e do impossível e acenta essencialmente no purismo das formas geométricas.

O artista português Nadir Afonso tem exactamente a mesma cultura conceptual em termos artísticos, tendo afirmado ao saudoso Carlos Pinto Coelho, num programa que passou recentemente na RTP2 o seguinte “ Quando se refere que a perfeição em matéria de arte, foi pintada com a alma, não é verdade. Só atinge a perfeição, aquele que tem capacidade de descobrir, na natureza, essa lei matemática”.

Extraordinário, sem dúvida, mas não me convence! Descobrir a alma através de equações, funções e variáveis é demasiado redutor ... está visto que nunca serei capaz de atingir a perfeição nem descobrir se tenho alma, por uma razão muito simples, a matemática causa-me um tédio enorme. Mas recorro frequentemente à matemática para somar afectos sempre que necessário e subtraí-los quando se torna imperativo.