Hoje a Serra da Arrábida acordou timidamente iluminada pelo sol, por entre a neblina matinal, assemelhando-se a um bosque de sombras perfumadas, onde as densas brumas obscureciam os caminhos.
Percorro labirintos e trilhos onde sinto, a cada passo, evocar o enigma da natureza. Sente-se no ar uma atracção mágica… penetrá-la só pode ser entendido quando se respira o mar e a serra , unidos numa simbiose perfeita.
Para amá-la, é preciso compreendê-la mas o mais frustrante é sair da Arrábida, sem sequer ter entrado nela verdadeiramente!
Saramago comparando-a à Serra de Sintra, acha esta, o símbolo da feminilidade e a da Arrábida, o símbolo da masculinidade: “Se Sintra é o paraíso antes do pecado, é-o mais dramaticamente.
Aqui, já Adão se juntou a Eva. E o momento em que esta serra se mostra, é o que antecede o grande ralho divino e a fulminação do anjo”.
Aqui, já Adão se juntou a Eva. E o momento em que esta serra se mostra, é o que antecede o grande ralho divino e a fulminação do anjo”.
A questão da serra ser masculina, feminina, assexuada ou hermafrodita, é irrelevante. O que importa referir é a sensação que ela nos transmite … uma espécie de big bang interno, uma explosão de bem estar, em que o universo se paralisa num segundo infinito e nos liberta de tensões acumuladas, provocando um mergulho de tranquilidade!
3 comentários:
és tu?!
Uauuu! Serra da Arrábida a que estou ligado por recordações queridas e agradáveis...
Deixem-me sonhar...
A serra, por vezes, parece-me um velho leão esfarrapado pelas carraças, de olhos amarelo e juba mosqueada. Tem áreas do pelo rapadas e feridas escalavradas das pedreiras e casario vacanceiro.
Mas vive. Renasce sempre.
Em breve será calcorreada por uma Laurinha festiva, de olhos bem abertos à vida.
Evoé, Bacante.
Enviar um comentário