sábado, 14 de maio de 2011

Amistad


Se a juventude nos faz viver as coisas de um modo leve e descomprometido, à medida que a idade avança, a maturidade permite-nos olhar para a vida sob outro prisma, clarificar aquilo que queremos ou, quanto mais não seja, dá-nos a noção clara, daquilo que não queremos...
Por estranho que pareça, chego a esta provecta idade com um número restrito de amigos. Ao contrário do que pode fazer crer a banalização da palavra "amigo", hoje endeusada indiferentemente para definir toda a espécie de contacto humano, dos meros conhecidos aos magoados ex-amantes, a amizade é a mais exigente das relações humanas. Por outro lado, quando a amizade do amor se esgota, resta-nos a fidelidade dos amigos que supomos à prova de desgaste, porque não é feita do frágil tecido do desejo.
Que o comportamento natural do ser humano é estar aberto à vida e ao amor, já todos sabemos... só que entretanto, a estrutura genética faz-nos acreditar que não é assim, que devemos estar fechados e desconfiados. No entanto, uma parte da personalidade é composta por condutas aprendidas, sobre as quais é possível actuar e, por conseguinte, modificar. Mas também se temos de aprender a viver com as heranças do passado, por muito pesadas que sejam, os pesos do presente, podem sempre ser descartados ou minorados se nos esforçarmos nesse sentido.

5 comentários:

São Rosas disse...

Y que tal poneres esto en nuestro blog, cariño?

Kikas disse...

Mas este texto não segue a linha editorial da FundaSão e é um assunto demasiado sério.
Não concordas comigo, querida?

São Rosas disse...

A linha editorial da funda São é qual?
A sério: de vez em quando é bom falar-se a sério. Alguns textos do Shark são bem a sério. E, é mais raro, mas eu de vez em quando também defendo causas.
Acho que devias. Mas tu é que sabes.

Nilredloh disse...

Gostei muito do texto! A foto lembra-me o meu anagrama preferido: "The eyes - They see!"

Kikas disse...

Obrigada, Nil ... há verdades tão evidentes que até os ceguinhos veem.