Na introdução ao livro Intimidades composto por dez contos eróticos de escritoras brasileiras e portuguesas, Luísa Coelho reflecte sobre a relação erotismo, pornografia e literatura. Refere a variação dos conceitos no decorrer da história e “considera pornográfico, o discurso em que a descrição das partes do corpo, do acto sexual, bem como o intuito explícito de excitar um terceiro, é o objectivo maior da narrativa, esvaziando a sexualidade e os seus mistérios. Seria pornográfica, na sua opinião, a representação de uma pulsão primária subjectiva, imbuída de uma violência sobre outra pessoa, campo de exercício de poder. É a sexualidade expurgada do erotismo que, por sua vez, mistura instinto e fantasia, interdito e prazer. Já aí fica subentendido o universo mais amplo e enigmático do erotismo.
Transpondo estes conceitos para o cinema, eu diria que “Deep Throat” é pornografia, “In the mood for love”, é erotismo. A palavra erotismo deriva de “Eros”, a manifestação de tudo o que é “belo”.Em termos gerais, erotismo é uma forma artística de expor a sexualidade, em que os detalhes contam mais do que o objectivo. Permite-nos fantasiar e observar para além do óbvio e do expectável.
A pornografia está normalmente associada a uma forma obscena de exposição sexual, sem qualquer critério artístico e com conteúdos sexuais explícitos. Em termos cinematográficos ou mesmo literários é muito frustrante antecipar todas as cenas que se seguem ... é uma espécie de ritual ou linha de montagem. Mas como tinha dúvidas em relação à linha divisória entre uma coisa e outra, fui dar uma espreitadela à Wikipédia que classifica pornografia como “uma modalidade politico-filosófica do conhecimento (lolol). Situa-se entre a sacanagem e o erotismo na Teoria Epistemológica e envolve conexões com habilidades manuais, morfo anatómicas, sinestesia e visuo voyeurísticas (as coisas que se aprende na Wikipédia…)
Isto remete-me para outro dilema que é a diferença entre “f…” “fazer sexo” e “fazer amor”. Nesta simples frase, creio estar condensada a explicação: “quanto mais variado for o sexo que se pratica com amor ao dito, melhor é a f…”
Mas voltando àquilo que considero o expoente máximo do erotismo cinematográfico … passou na RTP2 “In the mood for love”” do realizador Kar-Wai Wong. A história passa-se nos anos 60, numa sociedade oriental altamente castradora e conservadora. É um filme altamente sensual e perturbador, até ao fim. Primeiro há a troca de olhares, a conversa inocente, os passeios lado a lado sem nunca se tocarem. O único contacto entre os amantes e simultaneamente o momento mais excitante do filme foi quando a mão dele encontrou a dela e apertou-a fortemente. Todo o enredo gira à volta duma relação possível e impossível simultaneamente. Não se passou nada e, no entanto, aconteceu tudo.
Transpondo estes conceitos para o cinema, eu diria que “Deep Throat” é pornografia, “In the mood for love”, é erotismo. A palavra erotismo deriva de “Eros”, a manifestação de tudo o que é “belo”.Em termos gerais, erotismo é uma forma artística de expor a sexualidade, em que os detalhes contam mais do que o objectivo. Permite-nos fantasiar e observar para além do óbvio e do expectável.
A pornografia está normalmente associada a uma forma obscena de exposição sexual, sem qualquer critério artístico e com conteúdos sexuais explícitos. Em termos cinematográficos ou mesmo literários é muito frustrante antecipar todas as cenas que se seguem ... é uma espécie de ritual ou linha de montagem. Mas como tinha dúvidas em relação à linha divisória entre uma coisa e outra, fui dar uma espreitadela à Wikipédia que classifica pornografia como “uma modalidade politico-filosófica do conhecimento (lolol). Situa-se entre a sacanagem e o erotismo na Teoria Epistemológica e envolve conexões com habilidades manuais, morfo anatómicas, sinestesia e visuo voyeurísticas (as coisas que se aprende na Wikipédia…)
Isto remete-me para outro dilema que é a diferença entre “f…” “fazer sexo” e “fazer amor”. Nesta simples frase, creio estar condensada a explicação: “quanto mais variado for o sexo que se pratica com amor ao dito, melhor é a f…”
Mas voltando àquilo que considero o expoente máximo do erotismo cinematográfico … passou na RTP2 “In the mood for love”” do realizador Kar-Wai Wong. A história passa-se nos anos 60, numa sociedade oriental altamente castradora e conservadora. É um filme altamente sensual e perturbador, até ao fim. Primeiro há a troca de olhares, a conversa inocente, os passeios lado a lado sem nunca se tocarem. O único contacto entre os amantes e simultaneamente o momento mais excitante do filme foi quando a mão dele encontrou a dela e apertou-a fortemente. Todo o enredo gira à volta duma relação possível e impossível simultaneamente. Não se passou nada e, no entanto, aconteceu tudo.
5 comentários:
A seguir ao 25 de Abril o cinema Olimpia (na rua dos Condes junto aos Reatauradores em Lisboa) especializou-se no filme hard core.
O dono daquilo foi entrevistado e deu uma explicação porque é que se tinha dedicado a este ramo de negócio: "O povo está farto de erotismo, o povo quer é pornografia"...
Já agora, uma casa de meninas é pornografia e um bar de alterne erotismo?
O único comentário que me ocorre à explicação desse senhor, é que eu não pertenço ao povo (eheheh), pertenço a uma casta diferente!
Quanto à tua pergunta, lamento não saber responder ...nunca fui a uma casa de meninas(os), nem faço ideia o que é um bar de alterne.
As bebedeiras que apanho, é sempre no bar do meu triplex.
Sobre o que é um bar de alterne basta perguntar ao Pinto da Costa...
E uma bebedeira tem sempre mais encanto com uma companhia... mas não num bar de alterne...
Vi a seguinte definição de pornografia:
A pornografia é o erotismo dos outros...
Se nos abstrairmos dos conceitos e analisarmos a etimologia das 2 palavras, chegamos a esta brilhante conclusão:
"Pornografia" é um termo originado do grego pornographos e significa escritos sobre prostitutas. Já a palavra "erotismo" é derivada de Eros, deus grego do amor e paixão carnais, e surge apenas no século XIX.
Espero bem que Eros nunca se tenha envolvido com prostitutas, senão lá se vai a minha teoria por água abaixo, lol!
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