domingo, 16 de janeiro de 2011

FairyTales vs FuckyTales


Como todas as mães, a minha também me lia histórias de príncipes e princesas, quando o sono teimava em chegar. E finalmente, eu adormecia, embalada na sugestão que num futuro ainda longínquo, ele havia de aparecer, montado num cavalo branco ou conduzindo um Porshe Carrera Cabriolet. Todas as mães são dóceis e queridas e fazem-no com as melhores das intenções mas, passadas décadas, preferia que ela tivesse lido “Le deuxième sexe” de Simone de Beauvoir, mesmo que fosse uma tradução foleira, pois o francês que a minha mãe dominava na época, eram palavras simples, próprias das donas de casa exemplares (abat-jour, bouquet, camembert ou soutien-gorge). As mães de antigamente provavelmente não chegaram a perceber que as histórias de vida teimam em fugir ao enredo da simplificada fórmula literária “e viveram felizes para sempre”

Os príncipes contemporâneos, deviam trazer, à semelhança dos iogurtes, um carimbo na testa com o prazo de validade antes de se tornarem azedos, de forma a poderem ser devolvidos à procedência e sermos ressarciadas do prejuízo inerente a um produto adulterado e com consequências imprevisíveis a nível de saúde pública.


6 comentários:

Anónimo disse...

" Os príncipes contemporâneos, deviam trazer, à semelhança dos iogurtes, um carimbo na testa"

O único de que me lembro, um tal Príncipe Carlos que principa lá para os lados de Londres já foi lançado no mercado fora de prazo...

Kikas disse...

Pois é e ambos têm o respectivo "post-it" na testa mas convém dizer que lhes fica muito bem, lol!

shark disse...

E das "princesas", essas malucas de que os nossos cotas nos falam em pequenos? Nada a referir, quando ao respectivo prazo de validade?

Kikas disse...

Mas eu só posso opinar sobre príncipes, Shark!
A minha mãezinha sempre me disse para evitar as princesas porque isso era pecado.

Anónimo disse...

Mesmo assim ariscavamo-nos a ficar com os cacos dos princepes.Haveria, desculpas...mas...tal e tal..porque depois do uso do produto,da abertura do selo,de uso indevido, uso abusivo e etc e tal,ainda podia dar-se o caso de não poder ser devolvido á procedência, por mesma já não existir.Acho que deveria haver uns grandes caixotes de lixo destinados a despejarmos tão indesejáveis cacos.

Fátima

Kikas disse...

É verdade, Fátima, há cacos que são autêntica caca.